sábado, 11 de julho de 2009

Comunicações no todo-o-terreno

Quando se trata de comunicar, qualquer meio serve desde que se consiga fazer passar e entender a mensagem. Poderíamos falar dos sinais de fumo, do código de bandeiras, do e-mail ou de qualquer outro. No entanto, como estamos a falar da sua aplicação em passeios de todo-o-terreno, vamo-nos cingir aos rádios. Vamos tentar dar um enquadramento geral do panorama das comunicações em Portugal. E neste plano nem tudo é legal. Vamos por isso falar, não só dos standard impostos por lei, mas também dos "standard de facto". Na minha opinião é tão importante conhecer os limites da lei, como as capacidades de algumas coisas que apesar de ilegais, são de uso corrente. GENERALIDADES De uma forma geral devemos separar a Banda do Cidadão (CB-Citizens Band) e o rádio-amadorismo. Quem opera CB diz que os rádio-amadores são "os tipos da gravata". Os operadores de rádio-amador chamam ao CB a "banda do granel". Isto tem uma explicação que nos parece razoável. Na Banda do Cidadão há bastante mais liberdade, é fácil começar a operar e barato quer no equipamento, quer na manutenção. Enquanto que no rádio-amadorismo as restrições de operação e o preço dos equipamentos fazem com que esteja teoricamente limitado a um menor número de pessoas. Acaba por isso por se formar uma imagem elitista. Lembro-me de há alguns anos atrás ouvir dizer que quase não era possível falar com o CB, tamanho era o número de operadores na banda. Agora as coisas estão bastante diferentes. Apenas nos grandes centros há bastantes operadores e aí a confusão e a falta de respeito é enorme. Tenho escutado em Lisboa e não fiquei minimamente entusiasmado. Quando um novo operador quer entrar numa amena cavaqueira, raramente lhe é permitido. Quando alguém ouve algo de que não gosta, entra-se numa guerra de potências em que ninguém deixa falar ninguém. Coisa fina!!! Há ainda as bandas laterais, SSB - Single Side Band (USB - Upper Side Band e LSB - Lower Side Band) que são ilegais mas que continuam a ser bastante utilizadas, sobretudo pelos camionistas (quem quiser chamar por eles, também o pode fazer em canal 31 a 34 em AM) e por operadores de rádio fixo. A grande vantagem das bandas laterais é que este tipo de modulação da portadora e os rádios habitualmente mais potentes, permitem fazer contactos intercontinentais. Para terminar podemos ainda considerar os walkie-talkies (por exemplo os PMR) cujo alcance é muito pequeno e a comunicação em circuito fechado que é utilizada normalmente por empresas ou entidades especializadas na prestação de serviços de comunicações (para provas desportivas por exemplo). Mas vamo-nos então restringir aos mais utilizados no TT que são sem dúvida o CB e o VHF.

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