sexta-feira, 24 de abril de 2009

A CONDUÇÃO DE UM JIPE : A direcção assistida, contra o que alguns possam pensar, é um equipamento fundamental, que não reduz a sensibilidade depois de nos habituarmos e que por outro lado transmite conforto e a ligeireza de uma viatura de pequena dimensão, reduzindo grandemente o esforço, as pancadas e as vibrações do volante. Pode no entanto esconder o peso e as tais características de pequeno "camião" que são a base de um jipe e aí o condutor terá uma surpresa ao sair da estrada numa súbita derrapagem que pode, inclusive acabar numa cambalhota, ao ser travado lateralmente por um relevo do terreno. Além da grande altura do solo, uma viatura todo-o-terreno deve ter a menor dimensão possível para lá das rodas da frente e de trás. Isso permitir-lhe-á subir e descer desníveis acentuados. São os chamados ângulos de ataque e de saída, que em conjunto com um ângulo ventral (que está relacionado com a altura ao chão e a distancia entre eixos ou de qualquer protuberância mecânica situada na parte central da viatura) definem as características e a capacidade de transposição de obstáculos de uma viatura TT. Por isso, uma viatura todo-o-terreno deverá ser alta e o mais curta possível, tanto entre eixos como na parte da frente e de trás da carroçaria para lá das rodas.
AS ALAVANCAS EXTRA : As alavancas de comando de uma viatura TT podem ser, para além da que acciona a caixa de velocidades, uma, duas, três, ou mesmo mais e com diferentes fins: tracção às quatro rodas, engrenamento das redutoras, overdrive, comando do guincho, comando do bloqueio do diferencial, etc. De notar ainda que hoje em dia muito destes equipamentos começam a ser substituídos por accionamentos electro-magnéticos com comando por botão no tablier. Normalmente, um jipe moderno tem a possibilidade de, com uma só alavanca engrenar a tracção às 4 rodas, o ponto morto (usado para o guincho mecânico ou tomada de força) e finalmente as "redutoras" que normalmente duplicam as reduções da caixa, conseguindo assim o dobro da força de transmissão. Para engrenar as redutoras, é preciso parar totalmente a viatura e também é necessário que o carro já esteja em tracção ás 4 rodas. Alguns 4x4 estão permanentemente em tracção ás 4 rodas, possuindo em vez de uma caixa de transferência um diferencial central. Por outro lado, para que se obtenha a tracção no eixo da frente, é preciso os "cubos de roda livre" se o carro estiver equipado com estes dispositivos do tipo "manual". Para isso basta passar a patilha no centro das rodas, da posição "free" para "lock". Se nos esquecermos de o fazer, quando operarmos a alavanca das 4 rodas que pode ser accionada em andamento, notaremos que esta não engrena e arranha. E importante evitar que isso aconteça. Nos carros com cubos automáticos de roda livre, é preciso parar o carro antes de meter a alavanca nas "4 rodas" No caso dos mais modernos, esta pode ser engrenada a velocidade até 40 kms/h. Sendo os cubos accionados automaticamente. Por outro lado, para os "desligar" é necessário recuar cerca de 1 metro. Os cubos de roda livre servem para poupar o diferencial (no caso de cubos manuais) o rolamento do eixo da frente, pois ao colocarmos na posição "free", desligamos os semi-eixos dos cubos das rodas da frente, evitando-se assim que estes, o diferencial e o veio de transmissão da frente, rodem. Teoricamente a viatura consome menos e a direcção torna-se mais leve, mas na pratica as diferenças são mínimas. Por isso, se anda muito fora da estrada, deixe os cubos sempre em "lock" (se for o caso de não serem automáticos), a não ser que vá fazer grandes distâncias em alcatrão. Mas continuemos "nas alavancas" e na identificação da sua viatura. Alguns jipes tem 2 alavancas diferentes: uma para engrenar a tracção as 4 rodas e outra para as "redutoras". Não esquecer que não se pode meter esta sem antes colocar aquela na posição 4x4. Aliás, mesmo que o queira fazer, não consegue. Este facto é facilmente explicável: efectivamente, as redutoras duplicam a força transmitida pelo motor e um só diferencial não aguenta esta sobrecarga. Dai ser fundamental que a força seja distribuída pelos dois. Por isso, a caixa de transferência tem um dispositivo que impede o seu accionamento sem a outra alavanca estar engrenada em 4x4. Uma outra alavanca que pode surgir como extra em algumas viaturas TT, é a alavanca que serve para accionar o "overdrive", mecanismo que desmultiplica as relações da caixa, ao contrario das redutoras, reduzindo assim as reduções do motor para a mesma velocidade das rodas, poupando-o e economizando combustível e por outro lado, diminuindo o nível sonoro do habitáculo, o que é importante quando se roda muito tempo em estrada. Este dispositivo é substituído numa viatura tecnologicamente mais evoluída por uma 5ª velocidade. Outra alavanca possível de se encontrar num jipe, poderá ser a do comando de um guincho mecânico, que funcionara com o motor a trabalhar, e as caixas de velocidades e transferência em ponto morto. Finalmente, alguns 4x4 estão equipados com uma alavanca que acciona o bloqueio do diferencial (central ou de cada eixo) o que permite a transposição de obstáculos difíceis. Por outro lado e já mais divulgado existe o diferencial autoblocante. Este equipamento pode resolver muitos problemas na lama ou num trial, quando uma das rodas perde o contacto com o solo. Por tudo isto e em conclusão ao que já se disse, uma viatura de todo-o-terreno permite alcançar pontos e locais não acessíveis a uma viatura normal: grandes subidas (utilizando as redutoras consegue-se uma força suplementar), pisos muito escorregadios, superfícies arenosas (tais como praias ou pinhais com muita areia), percursos de campo duros ou com lama, caminhos maus com pedras salientes ou grandes sulcos de rodados, etc.

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